Velhas ondas radiofônicas

Essa é uma história de amor. Vamos a ela …

Todos temos aquelas lembranças da infância, aquele momento que continua vívido na memória, aquele instante que não se apaga. Você não se lembra de alguma coisa que aconteceu ano passado (ainda mais atualmente, onde parece que acontecem milhares de coisas todo dia), mas tem aquele momento marcado na sua mente. Ou vários deles. Como o móvel que tocava som (sim) em que meu pai ouvia jogos do Fluminense e discos de bolero.

Um móvel com toca-discos escondido


Minha mãe tinha, e ainda tem, uma mania curiosa. A primeira coisa que faz quando acorda é ligar o rádio. Sempre foi assim. Eu tomava meu lanche e me preparava para a escola ao som de algum comunicador Globo. 1220AM. Um conjunto de letras e números que diz muito pra muita gente. Show do Antônio Carlos era cedinho, Haroldo de Andrade tinha debate ao meio-dia, Luiz de França tinha efemérides vespertinas. Mamãe só dava um descanso pro bichinho depois da Ave Maria.


Uma escapadinha para a Tupi, Nacional, Tamoio. Bastava uma mudança na programação pra Dona Lúcia tentar achar abrigo em outras ondas curtas. Mas sempre voltava. Aqueles caras faziam parte da família, aquelas notícias, O Globo no Ar de hora em hora, eram verdades incontestáveis. Nos fins de semana a programação mudava. Tinha especiais com Roberto Carlos, tinha futebol. O radinho nunca descansava.
Com a adolescência, os amigos, o pop-rock que dava as caras, Dona Lúcia perdeu minha companhia junto ao aparelho, aquilo já não me interessava tanto. Mas a semente estava plantada.

Nas FM, mais descoladas e de som melhor, tinha Rádio Cidade e Transamérica (Rock que Rola por Essas Bandas, clássico total). E tinha a Fluminense FM de Niterói, a Maldita 94,9 Khz me pirando total. Foi o suficiente pra me descolar do pop rock brazuca que inundava o dial. Sempre gostei muito de Titãs e Ira!, mas não gostava muito do resto. E a Maldita me fez caminhar para outro lado. Do lado do Mack Twist, que nas manhãs tocava skate rock e me adrenalizava com os maravilhosos clássicos Institucionalized, do Suicidal Tendencies, e Johhny Hit and Run Paulene, do X, Surfista Calhorda, dos Replicantes, entre tantos outros. Sons que moldam uma personalidade, marcam uma vida, hits de uma existência. Você se sente meio dono. Tinha muito mais naquela estação niteroiense: o grande José Roberto Mahr e seus Novas Tendências. Ah, quinta-feira à noite era dia de ajeitar bem o Walkman no único lugar da casa que o sinal não fugia, e curtir aquelas duas horas (uma de indie, uma de eletrônicos) e ouvir um mundo maravilhoso de novos sons. Eu lia na BIZZ e esperava o José Roberto Mahr tocar. Aliás, eu tive o prazer de conhecer o DJ Zé Roberto, assistindo a gravação de um programa seu, já na Cidade FM. Uma baita experiência, assistindo tudo no estúdio, ao vivaço, e ainda levando pra casa os prêmios do dia, um poster e uma camiseta do The Doors, o filme que estava estreando Brasil.

Philips SkyMaster só tinha rádio e maravilhosos controles de volume independentes deslizantes (!). O Walkman Sony (a pilhas) foi comprado com o (uau) cartão de crédito de um amigo. Muita modernidade.


Mas voltando à Flu FM de Niterói: um marco na vida dos poucos que foram expostos a suas ondas sonoras (poucos, porque o alcance era pequeno). Eu gravava vários programas: além do NT, o College Radio, do Rodrigo Lariú, que até hoje faz seu belo trabalho em prol das guitar bands brazucas, com seu selo Midsummer Madness, e o Hellradio, que teve vida curta, apresentado por Tom Leão e o baixista da Plebe, André X. Tinha ainda um programa que você mandava a programação inteira pra eles tocarem, tipo “um-programa-só-seu” (mas que, na minha vez, foi editado e colocaram coisas que eu não pedi! 🙂


Inicio dos anos 90. O tempo não pára. Agora é hora de trabalhar e ganhar dinheiro. E viver a chegada do revolucionário Compact Disc. O redondinho brilhante prometia qualidade superior, mais tempo de música, mais isso e melhor aquilo. Enquanto isso, nos sebos do Largo de São Francisco, centrão do Rio de Janeiro, vinis a 1 real, afinal o povo só queria a novidade a laser. Várias tardes de sexta-feira dedicadas ao garimpo do bichão preto, feio e chiado, papelão amassado, de som ruim e tosco (vinis não eram hype, não eram caríssimos, viviam um deprimente fim de sua primeira vida). Enquanto no mesmo centrão do Rio de Janeiro eu comprava o primeiro CD da minha vida, Bricks are heavy, do L7, eu aguardava a sorte de ser contemplado no consórcio do meu 4 em 1 Sharp (rádio, duplo deck, CD e vinil, o que pode ser mais excitante?).

Quando finalmente fui contemplado com aquela pequena maravilha, mal sabia o que ouvir primeiro: sintonizar a Flu FM e dar um REC naquele cassete virgem BASF 90 comprado no camelô da Uruguaiana, sentir a emoção de botar o CD na gavetinha e ver o painelzinho digital laranja anunciar o número e a duração da faixa ou meter o vinilzão do Ten e cantar Alive a plenos pulmões?
Foi no aparelho Sharp que até hoje sobrevive na casa da Dona Lúcia (olha ela aí de novo) que eu gravei fitinhas cassete pra dar de presente aos amigos, naquela ânsia de “propagar os bons sons” (Fábio Massari). Nele ouvi música tão alto que, mesmo de fones ouvido, acordava meu pai. Naquele aparelho de som o rádio já brigava por espaço com as mídias. Além da Flu FM pouca coisa chamava atenção no dial AM/FM: um futebol no AM, “comunicadores” chatos nas FM, frequência que a dona Lúcia nunca ouviu: o radinho na cozinha era só AM, o aparelho “da sala” era muito difícil de mexer.

Rádio, disco, fita, CD, display de led. Um companheiro de muitas e agradáveis horas

No saudoso e porraloka período em que morei com amigos no Rio de Janeiro eu comprei um CD player portátil, tipo boombox, para alegrar nossas farras naquele apartamento com muitas histórias pra contar. As já citadas rádios e sua programação rock dividiam espaço com alguns CD e, principalmente, com gravações em fitas cassete da programação, de demotapes recebidas pelo correio e do bom e velho escambo: alguém gravava, passava, copiava, roubava. Piratas!

Que saudade desse carinha

Quando fui em morar em Manaus, as primeiras coisas que comprei, depois da geladeira e do colchão, foram um computador e um aparelho de som. O desktop já começava a ser imprescindível em um lar e o incrível Pionner, adquirido na Zona Franca de Manaus, sintonizava rádio, claro, e tinha, ainda, além do CD player, um tocador de minidisc! Sim, agora eu podia comprar disquinhos virgens e gravar rádio e CD (alugados) com qualidade digital. E podia, ainda, pasmem, escrever e gravar os nomes das músicas gravadas, que iriam aparecer no lindo display azul.

Muita alegria para um jovem solteiro e apaixonado (por som)

A entrada em cena daquela CPU branca, do monitor CRT e da conexão discada são o início da nova era. Não sem saudosismo: Napster, Audiogalaxy, Soulseek, madrugadas em claro. Mas isso é outra história.

Onde toca rádio nesse troço?

O Kid, o Chris e os caras que não deviam morrer

Eu não sei se eu seria a mesma pessoa se não fosse o Kid Vinil. Depois de viver o boom do rock nacional dos anos 80, ir a muitos shows e, enfim, estar dentro daquele furacão, me pego, ali na virada de década, meio sem rumo, querendo continuar ouvindo músicas legais, e novas, me recusando a aceitar que as rádios já tinham enjoado do rock. Havia a Bizz, a Flu FM, eu comecei fuçar o underground, ler fanzines, descobrir os indies, as guitar bands brazucas. Eu queria o rock, eu queria conhecer cada vez mais aquilo. E, sei lá quando, descobri que aquele cara que cantava “Eu sou Boy”, que parecia só mais um Doutor Silvana, um Léo Jaime mais excêntrico, era, sim, uma enciclopédia ambulante, um colecionador de discos, um radialista e DJ carismático, o nosso John Peel. Passa o tempo, e só com a maravilhosa internet volto a, não sei quando (de novo, lesado e velho), descobrir o velho Kid e seus programas na 89 FM, 107 FM, Brasil 2000. Lá estava ele tocando, com o mesmo tesão, uma banda progressiva dos sixties ou a mais nova sensação da Nova Zelândia. Um amante do rock que eu admirei, que segui, que bati um papo no Record Store Day em 2015. Um puta cara.

E nesse meio tempo entre a morte do rock brasileiro dos 80 e minha sanha por não abandonar aquilo de jeito nenhum, houve o tal do grunge. A flanela, a distorção, os malucos daquela cidade feia. Acho (sei lá novamente) que Hunger Strike foi meu segundo grunge, depois de Smells like teen spirit. Caralho, que voz é essa? Quem é esse maluco? E lá estava eu, descobrindo o Soundgarden, virtuosa banda naquele cenário distorcido. Na minha humilde e desnecessária opinião que ninguém pediu Mark Lanegan ainda é o maior vocalista daquela cena. E o único que ainda não morreu. Mas essa música aí embaixo é uma das que me fez amar essa banda e seu puta vocalista.

Música sempre vida

Engraçado. Uma matéria da MTV que fala que as pessoas deixam de ouvir música nova aos 33 anos. E um incrível documentário que mostra como a música pode transformar a vida de idosos com doenças cerebrais.

Não faço absolutamente parte dessa maioria abordada na interessante matéria encomendada pelo Spotify, que destaco alguns trechos:

Em 1996, a jornalista Ana Maria Bahiana questionava: “Será que mais uma geração caiu nas garras da arteriosclerose do ‘classic rock’, cujo sintoma mais grave é essa mania de ouvir apenas o que já foi ouvido antes, e sempre cobrar de seus artistas favoritos que eles não mudem nunca?

Um ouvinte de 16 anos tem tanto a se beneficiar com uma audição de ‘A Nod Is as Good as a Wink’, dos Faces, quanto um de 55 do disco do Kula Shaker

O choque do novo fará você pensar, fazer conjecturas, ligações (“Isso soa como algo que eu ouvia” ou mesmo “nunca ouvi algo assim, mas é legal”) movimentando seus pensamentos

Como um irreparável caçador de novos sons, um discípulo de John Peel, para quem “a melhor música é aquela que eu ainda não ouvi”, posso recomendar o Ouve Essa, programa da 89 FM, capitaneado por Ricardo Alexandre. Música nova. E boa, lógico, que é o que interessa.

Alive Inside: listen to your heart

Alive Inside: listen to your heart

E sobre o filme Alive Inside, disponível atualmente no Netflix, escolhido da audiência em Sundance, a constatação, pra mim óbvia, do bem que a música faz à nossa mente, associando lembranças, trazendo memórias boas. O projeto consiste em colocar pessoas com problemas como alzhmeier em contato, via fones de ouvido, com músicas que marcaram sua vida de alguma forma. E é emocionante como os velhinhos reagem ao estímulo que aquele som causou no seu cérebro, retornando um sopro de vida, causando efeito que nenhum remédio consegue.

A conclusão é de que nossa mente precisa disso: associar música e curiosidade! O filme encerra com esse belíssimo som, hippie total, mas é de 2012 🙂 do Edward Sharpe and the Magnetic Zeros: I wanna know what we’ve been learning and learning from

Novas Tendências

Outro dia, aí embaixo, homenageei o grande Maurício Ronca-Ronca Valladares. Um cara que me deu um norte na vida. E o incrível é que hoje, dando uma olhada nas novidades do ronquinha, vi o Maurição reverberando a estreia do novo programa do José Roberto Mahr na Cidade FM. Como assim? José Roberto Mahr? Cidade FM? Que teletransporte é esse que me carrega de volta ao início dos 90, mais precisamente ao dia que fui ao estúdio da rádio conhecer o grande DJ e faturar a promoção que tava rolando, camisa e poster do filme dos Doors. Ali na minha frente o grande Zé Roberto que eu já acompanhava há muito na Flu FM, responsável pelo programa que fez minha cabeça por tanto tempo. Precisamente hoje estava lá com o PC ligado para acompanhar a estreia que, claro, não decepcionou: o homem já abriu com Tame Impala, já tocou Temples e Royal Blood, mostrando que a antena continua ligada nas novas tendências. Teve um Quasi pra relembrar os emblemáticos 90’s e nesse momento já tá, assim como fazia no século passado, tocando a sessão “rave-techno-electro-dançante”.

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Pô véio que viagem boa.

Ronca Ronca

Esse post é uma singela homenagem ao programa Ronca Ronca, do DJ e fotógrafo Maurício Valladares. Hoje sendo reverberado pela Oi FM, o programa completa, na atual casa, 100 edições e nesse exato momento estou ouvindo a edição comemorativa, que está sendo feita com as listas, enviadas pelos ouvintes, das 20 músicas preferidas d’A Tripa, alcunha dos “seguidores” do grande Maurição, ativo nas ondas do dial desde sei lá quando. São 21:31 e está tocando “só” Fake Plastic Trees, do Radiohead (mas já tocou Nelson Cavaquinho, e essa é a graça do programa).

Se foi o Mack Twist da Fluminense FM que me ensinou a gostar de hardcore e rap, se foi o DJ José Roberto Mahr que me apresentou, também na Flu, o britpop, o trance, EBM, o indie enfim. Se Tom Leão, Rodrigo Lariú, os caras com quem troquei cartinhas cheia de flyers dentro (notadamente Rodrigo Dead Fish e Juninho White Frogs) foram caras importantes para a minha colação de grau no tal de rock’n’roll, posso dizer, sem dúvida, que foi o Ronquinha que me abriu os ouvidos para tudo, para tudo que é autêntico, casca-grossa, cabeleira-alta, inoxidável.

Por aqui minha mulher e meu filho já sabem de cor as vinhetas do programa (marca registrada), afinal o Ronca, agora disponibilizado em podcast, é praticamente o único som presente no carro: seja levando o filho a escola, seja numa viagem de quatro horas.

Obrigado Maurício, obrigado mesmo cara!

Link para o download do programa

mauval

Maurição, foto do site Rock em Geral

Alegria do povo

Em tempos que Tiago Neves é tratado como craque e é leiloado freneticamente por administrações amadoras que não conseguem esconder suas incapacidades, em que Telós e breganejos universotários invadem o dial corrompido de nossas rádios, soa-me como bálsamo dar de cara com isso na Rádio Câmara: Em 1983, morreu Garrincha, o melhor representante do futebol arte. A música é Cadeira Vazia, com Elza Soares, a que ele mais gostava de ouvir ela cantar(07’10”).

Ah, o rádio

“O rádio tem sido muito importante para mim em vários períodos da minha vida. Ouvindo ‘Don´t go breaking my heart’, com Elton John e Kiki Dee, ou solo com ‘Tiny Dancer’, no carro de minha mãe e imaginando quantos belos sons foram feitos. Ouvindo os Ramones, The Clash, X, Devo, B-52´s e Talking Heads na KROQ quando tinha 9. Ouvindo The Gems, The Cramps, The Weirdos, The Circle Jerks e Black Flag no (programa) Rodney on the Roq, de Rodney Bingenheimers, com 9, 10, 11 e 12. Deitado no escuro à noite com meu rádio/gravador de K7, ouvindo o mais baixo possível, pois eu deveria estar dormindo, gravando todas as minhas músicas favoritas do programa de Rodney, às vezes gravando o programa todo. Gravando ‘I feel love’ de Donna Summers, com 13 anos, e percebendo a maravilha do som estereofônico, o primeiro hit completamente eletrônico, imaginando como uma música daquelas teria sido feita (…), ouvindo REM e Radiohead e sentindo que o rádio era minha única companhia (junto com minhas fitas k7 do Bob Marley e dos Butthole Surfers). O fato de muitas de nossas músicas terem alcançado as pessoas pelo rádio é algo do qual me orgulho muito.”
John Frusciante

Rá, uma mudança aqui e outra ali e podia tá sendo eu e não o grande Frusciante a falar isso.

Desse post do MauVal

Coisas boas da vida

Tarde de sábado. Relax. Uma passada com calma nos feeds que realmente importam. Aqueles que eu não leio durante a semana porque sei que tenho que prestar atenção, quero ler com calma, curtir. Entre eles o RoncaRonca, do MauVal. Programa de rádio, amigo. E rádio é uma parada muito foda.

E lá, no meio de tanta coisa legal, duas pra chorar. Relembrar os velhos tempos que A Corrente de Jesus e Maria dominava o mundo. O Jesus, a banda da minha vida.


A lista dos melhores do ano na New Musical Express, em 85. Procurando coisa boa pra baixar?

E a outra o fantástico e finado Joe Strummer, citado num post em que um ouvinte cita o Unwritten Law, , filme que eu já tinha falado num post sobre grandes filmes punk. Quando o MauVal me veio com isso:

Emocionante.

Limpe seus ouvidos

Seguindo na minha inglória, cansativa, desmedida, antiga e inócua missão de fazer com que as pessoas abram seus ouvidos para algo que soe menos escroto do que o jabá, o pop descartável e o lixo reinante, vou sugerindo audios com o poder de libertação de ouvidos desacostumados, não-iniciados e, por isso:

  • Etc: o programa do Massari na Oi FM: duas horas de música boa. Música boa;
  • Garagem: de volta o clássico e maravilhoso show do Barcinski e PC Martin: todo programa de rádio devia ser assim;
  • Day Trotter: new rock ao vivo. Dá uma chande vai;
  • Vida Fodona: o podcast do Trabalho Sujo. E, bem, se você não conhece o Trabalho Sujo, não conhece nada.

Internet Radio

Do Twitter do Flávio Gomes, da ESPN: O Sanyo R227 é um aparelho que se conecta a uma rede Wi-fi e pode tocar qualquer rádio do mundo diretamente, sem a necessidade de um PC. Você pode escolher por país ou gênero, e gravar as preferências usando um controle-remoto. Tem relógio, despertador, conexões diversas. Eu ainda não comprei um dock pro meu mp3 player porque espero ansiosamente por uma paradinha dessas (tem também o Revo Pico, que eu já tinha mencionado), aqui no terceiro mundo.

sanyo

Meu radinho

Sonho de consumo para agora: Revo Pico é o primeiro rádio de internet auto energético com uma bateria interna recarregável para liberdade sem cabos. O Pico WI-FI liga-se a qualquer conexão de banda larga WI-FI para escutar emissões de rádio por internet em directo ou “em repetição”. As emissoras são listadas por ordem alfabética por país ou tipo de música, tornando a selecção muito simples – e o desenho de Pico portátil faz com que o possa usar onde quer que haja uma conexão WI-FI. Adicionalmente Pico permite tocar música guardada em qualquer PC ou Apple Mac com WI-FI.
Maluco, eu queria muito uma parada dessa na minha mesinha de cabeceira.

revopico

Hellradio

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A quem devo minha desajustada formação musical? Onde e quando me tornei “roqueiro”? Não tenho a mínima. Novas Tendências e José Roberto Mahr? Mack Twist? MauVal? College Radio? Não sei, mas foi no rádio. E o Hellradio, também da saudosa e inesquecível Fluminense FM, faz parte desta lista de programas que mudaram minha vida. Era um programa apresentado pelo Tom Leão e por André X, mais conhecido como baixista da Plebe. Durou pouco, batizou alguns neurônios e fez estrago. Some kinda of fucking rock’n’roll.
Toda essa ladainha pra divulgar que Tom Leão está voltando com um programa de rádio na Multishow FM. Multishow FM? Rádio? Me lembra TV on the Radio! Deixa pra lá. Torcemos pra que dure mais que o programa do Gastão na Ipanema FM. Que seja disponibilizado em podcast, ao contrário do RoncaRonca (pô Mauval!). Como se eu tivesse direito de exigir alguma coisa de caras que mudaram meu mundo …

imagem por TiVid no deviantart

Turn on my radio!

Já disse algumas vezes que sou fã de rádio. Eu cresci ouvindo AM e isso definitivamente ajudou para que eu passasse a ter a necessidade de estar sempre ouvindo alguma coisa. Mas o que pega é que as rádios morreram, não existem mais, são passado. Busquemos soluções então:

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Podcasts
São a minha nova cachaça. O que mais se aproxima de estar ouvindo uma rádio convencional. Meu iPod está sempre lotado deles. Quais? Popload: você não vai ouvir em nenhum momento a palavra podcast aqui, não sei por que. Enfim, Lúcio Ribeiro com seus hypes e Fábio Massari com seu arsenal de conhecimento sobre a matéria rock, produzem, juntos, uma hora semanal de ótima música. Nesse momento chegando na edição 100. Baixe todos. Outra lenda que tem dois podcast é o Kid Vinil. Podcasts gêmeos, eu diria, mas o que é bom merece ser ouvido duas vezes (!). O Podcast do Kid está no site da MTV (e lá ainda tem a Soninha e até o Senador Suplicy o que, imagino, seja uma tentativa de limpar a barra da emissora, que anda prometendo coisas menos ridículas para 2009). E o Artrock, uma homenagem à revista Artrocker, é um pouco mis antigo e anda pela edição 25. O básico do Kid: o indie, meninos, o indie. No Baixaria, o que pega são sons mais alternativos da MPB, coisas brazucas antigas, um jazz, um blues, e tal. Bacana. O Discofonia é mais para iniciados. Jazz, distorções, eletrônicos. Mas tudo bem, você pode começar pela edição especial com o Nasi e Ira!. Termino com o SFJB: mais pop, temas de novela e tudo. Acho que não rola mais, mas os programas antigos estão lá.

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Eu não sei de onde eu tirei esse termo, enfim… LastFM é um serviço com versão em português, o que prova o sucesso do projeto. E qualquer player decente tem um plug-in pra lá. Mas eu sou mais a Blip FM. Eu recomendo música e escrevo uma coisinha. Que você, claro, discorda … E você pode, ainda, navegar nesse mar de links com coisinhas nesse gênero. Free the music!

Rádios convencionais
Eu disse que as rádios morreram? Sim e não. Bom mesmo é o programa do Maurício Valadares na Oi FM. Só ele pra me fazer ligar o computador em dia e hora certa. Alguns programas anteriores ficam disponíveis pra ouvir no site. Mas aí voltamos à estaca zero: mesmo com banda larga, notebook e o carai-de-asa, o MauVal é o comunicador que me faz lembrar do Luiz de França, lá nos 80’s, no rádio da mamãe …

Nas ondas (digitais) do rádio

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Já disse por aqui que gosto muito de rádio. Passei minha infância ouvindo os comunicadores das Rádios Globo, Tupi, Nacional, Tamoio, Eldorado, etc. Tenho saudade das tardes em que ficava fazendo o dever-de-casa trazido do Colégio São Vicente de Paulo enquanto ouvia o bate-papo com as donas-de-casa, horóscopo e tal. Algum tempo mais tarde veio a Fluminense FM, que formou meu gosto musical. Na rádio niteroiense, destaque para o Mack Twist (punk rock, skate) e o Novas Tendências com José Roberto Mahr (uma hora de indie, uma hora de sons mais eletrônicos). Não perdia um: toda quarta-feira estava eu lá, sentado no único canto da casa em que o sinal não fugia toda hora. Bem, os tempos são outros e, felizmente, a revolução digital mudou mas não acabou com meu sauável hábito de ouvir rádio. Cá estão endereços recomendados:

Estou feliz por morar em Porto Alegre porque, ao contrário do que acontecia antes, não preciso colocar um CD pra tocar assim que eu acordo. Agora é só ligar o rádio em 94,9, ou acessar o site da Ipanema FM. Para lembrar dos velhos comunicadores e saber das notícias do futebol do Rio de Janeiro: Globo AM RJ, Super Rádio Tupi ou Rádio Haroldo de Andrade.

Para o nosso bom e velho rock’n’roll: No site da rádio Oi FM, o sensacional programa “que orienta desorientando”: o Ronca Ronca de Maurício Valadares. E o que acontece de novo e que realmente interessa está na essencial Radio One da BBC de Londres.

Pra escolher o que você quer ouvir, experimente o radios.com.br. O assunto é muito extenso e eu recomendo que você procure na Web por assuntos como Shoutcast, Streamtuner e Live365. Isso tudo sem falar na onda dos podcasts, assunto pra mais tarde.