Eu sou tido como um cara do contra. O que gosta de filmes e música que ninguém conhece, o cara que só usa software livre e tal. Claro, nem todo mundo acha isso, eu não ligo pra isso e isso não é verdade (eu sou Flamengo, quer coisa mais popular?). Esse humilde blog começou no dia que eu vi a página do Dead Fish na internet, lançando disco novo. Toda feita em Flash. E eu arrumei uma inimizade com o cara que fez o site porque escrevi pra ele dizendo que punk não combinava com software proprietário. Pra mim, inocente e radical, isso era uma contradição. O tempo passou e fiquei mais na minha, não compro briga. Nevermind. Don’t give a fuck. Ouço minha música e tomo minha cerveja. E continuo observando tudo por aí.
Bem, e o Indiana Jones? Marcelo Janot, no Cultblog (sobre a programação do Telecine Cult), conta que na pre-estréia para a imprensa foi tratado tal e qual um terceiro-mundista: entrar na sala de exibição exigiu revista rigorosa, tratamento desrespeitoso por parte da distribuidora, etc. Então ele foi reclamar com uma amiga da Paramount. Então vê: “O tratamento humilhante imposto aos jornalistas brasileiros é, segundo as palavras dela, “ordem expressa da Lucas Film”. Ou seja, é a mesma linha de raciocínio utilizado pelos americanos para te revistar, esculachar ou até mesmo te deportar caso na hora de entrar nos Estados Unidos o funcionário da imigração não vá com a sua cara: até que seja provado o contrário, todos nós, cidadãos de terceiro mundo, somos terroristas e pirateadores de filmes em potencial. Que pena, George Lucas. Como alguém que sabe ganhar tanto dinheiro consegue adotar uma postura tão burra?”.
E agora? fico com a alegria que George Lucas já me proporcionou, ou fico com raiva em ler uma coisa dessas? Eu ainda nem vi o filme. Vou boicotar, deixando George Lucas 10 reais menos milionário? Ou vou comprar centenas de cópias nos camelôs e ajudar a destruir o império ianque?