Legal ser publicado no Ronca Ronca, um dos melhores lugares desse planeta fudido.

Legal ser publicado no Ronca Ronca, um dos melhores lugares desse planeta fudido.
Eu amo esse maluco, as bandas dele, o que ele escreve. É véio, punk, gay e foda. Foda.
As pessoas se preocupam com o Rock in Rio. As pessoas gostam de “levanta a mão”, de “sai do chão”, de show de banda velha, de selfies com linguinha de fora, de pirotecnia. Só que eu não gosto das pessoas. De quase todas as pessoas, e muito menos dessas. Enquanto os curupiras se deliciavam com Alter Bridge, eu troquei de canal e vi o Bis transmitindo o Glastonbury com Patti Smith, Paul Weller e tals. Lindos. Mas velhos. Desliga tudo. Liga o note. Busca novidade. Até que, mermão, que porra é essa??
Adeus velhinhos caquéticos. A Shilpinha acaba de encerrar a briga por melhor música do ano. Lambam vossas rugas. I’m out.
Este humilde e desnecessário blog parece que virou um obituário. O último post, há longos 4 meses, tratava das perdas de Kid Vinil e Chris Cornell. A vida seguiu medíocre, mundana, igual. Morreram pessoas boas, endeusaram craques mimados, prenderam eleitos por milhões. Imagens filtradas sempre fizeram parecer que tudo estava bem. Mas a morte, meu irmão, é a morte.
Daí que numa sexta em que aumentava a gostosa apreensão pela chegada do The Who ao nosso país escroto, eis que ela, a morte, resolve atacar impiedosamente, de novo. Harry Dean Stanton atuou em Pretty in Pink, um marco absoluto dos 80’s e cuja faixa título é uma das mais lindas músicas all time. O veinho magricela que fez trocentos filmes partiu. Se foi. Um abraço.
Mas como desgraça pouca é bobagem, também subiu Grant Hart. O batera do Husker Du, uma das mais importantes, lindas, maravilhosas e descaralhantes bandas que habitaram essa bolota, sucumbiu a algumas dessas merdas que infectam nossas células.
E que siga o baile. Triste baile.
“Suas fotografias são muito honestas, tão impetuosas e com tanto significado, não podemos correr o risco de você usar liberdade de expressão (…) Porque se importou em arriscar a sua vida pra dizer a verdade?” é o que pergunta em dado momento Harold Evans, editor chefe do Sunday Times por 14 anos, período em que foi o chefe do fotógrafo Don McCullin, que naquele momento deste excelente documentário disponivel Netflix (dica do Maurício Valladares), tinha sido preterido por outros jornalistas e não foi enviado para a Guerra das Malvinas. Isso no momento que o Clash entoa “This is England”. McCullin, como ele mesmo cita no filme, “viciado em guerras”, vai então para a Guerra do Líbano, onde mais uma vez tem contato com as atrocidades que o homem é capaz de cometer (e acaba sendo seu último trabalho do tipo, também motivado por encontrar crianças de dois anos, cegas, débeis e insanas internadas em condições desumanas em Beirute, em 1982).
As imagens captadas por McCullin serviram para que muitos americanos se colocassem contra a Guerra do Vietnã. As imagens incomodam, chocam, em muitos momentos do filme é preciso ter estômago forte.
E hoje? Quem está documentando os horrores causados pelo Estado Islâmico? Não existem mais jornalistas corajosos como aquele britânico de origem humilde? Ninguém se choca mais com a guerra? No cenário atual seria impossível adentrar a realidade da guerra como fez Don? Assistir ao filme não vai responder a essas perguntas, mas vai mais uma vez nos fazer perguntar que porra de “humanidade” escrota é essa.
Nunca entendi bem essa gente straight edge. Qual é a desses caras que tocam um puta hardcore, mas não bebem nem uma cervejinha? 🙂 Mas guardo com carinho meus CDs do Self Conviction, do Point of No Return, meu cartaz do Verdurada. E hoje, naquela passada pelo sempre fantástico Hangover Heart Attack, me deparo com esse Have Heart, apenas mais uma banda maneira de hardcore certinho (a galera conversando na boa com o policial em cima do palco é demais!). Good vibes total!!
“I listen to you pray as if some help will come”. Clássico absoluto
Quando Chuck Berry pendurou naquele piano, alguns meses antes de Elvis ser reprovado num teste da Stax, e criar o único estilo realmente mundial da música, ninguém poderia imaginar que WASP americanos seriam aplaudidos por uma multidão de terceiro-mundistas paspalhos que aplaudem o cara que denunciou o MP3, ou o que disse que seu pau é “um supremacista branco”. Abramos nossas fendas para o lixo americano!
Tudo indo mal bagarai, boring na operadora de TV a cabo que me custa 100 mangos mas não tem p* nenhuma, tudo bagunçado, até que, num desses canais brasileiros escrotamente american style, me deparo com um (velho) ao vivo do Hold Steady, que me lembra que estou no caminho errado. É preciso pensar positivo.
Do Malvados. E, sim, eu concordo: ataques histéricos de ira não levam a porra nenhuma.
Pô, na boa, nem achei nada demais, nem justo nem injusto.
“Mais o ódio se espalha / Mais aumenta a fome / Mais as vidas são tiradas / De dentro dos homens / São mais armas para o mundo / São mais filmes violentos / São crianças aprendendo / Matar ou morrer / Mas quem se importa? / Mas quem se importa? / Eu me importo, eu me importo / Pela Paz / Em todo mundo”
Desse clássico
40 bilhões de dólares para sediar a Copa do Mundo em Terra Brasilis.