Legal ser publicado no Ronca Ronca, um dos melhores lugares desse planeta fudido.

Legal ser publicado no Ronca Ronca, um dos melhores lugares desse planeta fudido.
Tem 3 horas de Lou aqui. Fly away.
Um dia normal no trabalho. Um tempinho para ouvir um som na hora do almoço. Aciono o play no meu BeyondPod e lá vem um podcast alheio, desta feita o Conexões, da Oi FM. Vários sons legais misturados naquele sono. Mas, filho, algumas músicas tem um troço qualquer que dão um start louco de não sei o quê. “Meu, quanto tempo não ouço isso. Que puta música linda do caralho. Que versão é essa”. Enquanto não chego em casa e aciono aquele som no meu player, acompanho a letra, busco por outras versões no YT, não sacio minha incontida vontade matar a saudade. Ou de não matar. De só lembrar. Músicas instigam.
Seguindo na minha inglória, cansativa, desmedida, antiga e inócua missão de fazer com que as pessoas abram seus ouvidos para algo que soe menos escroto do que o jabá, o pop descartável e o lixo reinante, vou sugerindo audios com o poder de libertação de ouvidos desacostumados, não-iniciados e, por isso:
A quem devo minha desajustada formação musical? Onde e quando me tornei “roqueiro”? Não tenho a mínima. Novas Tendências e José Roberto Mahr? Mack Twist? MauVal? College Radio? Não sei, mas foi no rádio. E o Hellradio, também da saudosa e inesquecível Fluminense FM, faz parte desta lista de programas que mudaram minha vida. Era um programa apresentado pelo Tom Leão e por André X, mais conhecido como baixista da Plebe. Durou pouco, batizou alguns neurônios e fez estrago. Some kinda of fucking rock’n’roll.
Toda essa ladainha pra divulgar que Tom Leão está voltando com um programa de rádio na Multishow FM. Multishow FM? Rádio? Me lembra TV on the Radio! Deixa pra lá. Torcemos pra que dure mais que o programa do Gastão na Ipanema FM. Que seja disponibilizado em podcast, ao contrário do RoncaRonca (pô Mauval!). Como se eu tivesse direito de exigir alguma coisa de caras que mudaram meu mundo …
imagem por TiVid no deviantart
Já disse algumas vezes que sou fã de rádio. Eu cresci ouvindo AM e isso definitivamente ajudou para que eu passasse a ter a necessidade de estar sempre ouvindo alguma coisa. Mas o que pega é que as rádios morreram, não existem mais, são passado. Busquemos soluções então:
Podcasts
São a minha nova cachaça. O que mais se aproxima de estar ouvindo uma rádio convencional. Meu iPod está sempre lotado deles. Quais? Popload: você não vai ouvir em nenhum momento a palavra podcast aqui, não sei por que. Enfim, Lúcio Ribeiro com seus hypes e Fábio Massari com seu arsenal de conhecimento sobre a matéria rock, produzem, juntos, uma hora semanal de ótima música. Nesse momento chegando na edição 100. Baixe todos. Outra lenda que tem dois podcast é o Kid Vinil. Podcasts gêmeos, eu diria, mas o que é bom merece ser ouvido duas vezes (!). O Podcast do Kid está no site da MTV (e lá ainda tem a Soninha e até o Senador Suplicy o que, imagino, seja uma tentativa de limpar a barra da emissora, que anda prometendo coisas menos ridículas para 2009). E o Artrock, uma homenagem à revista Artrocker, é um pouco mis antigo e anda pela edição 25. O básico do Kid: o indie, meninos, o indie. No Baixaria, o que pega são sons mais alternativos da MPB, coisas brazucas antigas, um jazz, um blues, e tal. Bacana. O Discofonia é mais para iniciados. Jazz, distorções, eletrônicos. Mas tudo bem, você pode começar pela edição especial com o Nasi e Ira!. Termino com o SFJB: mais pop, temas de novela e tudo. Acho que não rola mais, mas os programas antigos estão lá.
Social radio network
Eu não sei de onde eu tirei esse termo, enfim… LastFM é um serviço com versão em português, o que prova o sucesso do projeto. E qualquer player decente tem um plug-in pra lá. Mas eu sou mais a Blip FM. Eu recomendo música e escrevo uma coisinha. Que você, claro, discorda … E você pode, ainda, navegar nesse mar de links com coisinhas nesse gênero. Free the music!
Rádios convencionais
Eu disse que as rádios morreram? Sim e não. Bom mesmo é o programa do Maurício Valadares na Oi FM. Só ele pra me fazer ligar o computador em dia e hora certa. Alguns programas anteriores ficam disponíveis pra ouvir no site. Mas aí voltamos à estaca zero: mesmo com banda larga, notebook e o carai-de-asa, o MauVal é o comunicador que me faz lembrar do Luiz de França, lá nos 80’s, no rádio da mamãe …
Bons podcasts em língua portuguesa? Posso ser eu que não estou sabendo procurar, mas não tenho achado nada realmente interessante pra ouvir. Boas promessas como o Foocast, do Og e do Kurt Kraut, que parece que não engrenou (ainda, espero, já que é consenso que os caras têm o que dizer). Ou, para exemplificar o caso em outra área: o Radar Pop era ótimo no assunto cultura pop. Era. Acontece que criar um bom podcast não é simples. Hardware não é problema, já que uma boa máquina com uma placa de som e um microfone minimamente decente dão conta do recado. Mas e aquela coisinha tão em falta hoje em dia nas nossas aceleradas vidas? O tal do tempo. Mesmo se você for ficar horas falando besteira sozinho, vai precisar gastar um bom tempo trabalhando no Audacity, para melhorar ou incrementar o audio. Outros problemas aqui: 1) o Audacity é praticamente o único software de edição de audio para Linux que não assusta os não-profissionais. Programas específicos para podcast eu não conheço. 2) Geralmente é só falação mesmo, já que você não pode (ou não deve) inserir qualquer música incidental no seu programa. Copyright, aquela coisinha pé-no-saco.
Uma pena. Dada a falência das rádios no Brasil, só me sobraram minhas muitas músicas pra encher o mp3 player. Mas pra quem ainda queira se aventurar, tá aqui um ótimo link que eu achei no Lifehacker: 70+ podcasting tools and resources. Não tenha dúvida: se você tem o que dizer, nós queremos te ouvir.