Presenciar o show do Circle Jerks num pub metido a besta, cheio de quadros dos Beatles e bibelôs vintage foi uma experiência louca pra minha cabecinha careca: eu estava a poucos metros de Keith Morris, o rasta e falante vocalista que já foi, imagine, do Black Flag, e que fazia alguns esquisitos exercícios vocais, sozinho no banheiro daquele lugar nada punk. Greg Hetson, lendário guitarrista mais careca que eu, passando no meio público com sua guitarra, sua mochila velha com alguns pedais e sua cara de Professor X. E Zander Schloss, barrigudo e velho. O baixista que já tocou com Joe Strummer. Oh, isso me faz chorar:
Ainda falta muito tempo, mas eu já estou marcando na minha agenda: dia 14 de dezembro de 2009 é o aniversário de lançamento do melhor disco da melhor banda de todos os tempos: London Calling. The Clash. O Rock. Um som simplesmente acachapante. Atitude (quando usar esse termo não era piada), engajamento, rock misturado (quando isso não era comum) e, claro, pra ficar perfeito, autodestruição, brigas, drogas e todas as coisas que o rock muderno não sabe o que é. Kill Your Idols? Não, que punk sou eu que chorei quando soube que Joe Strummer tinha morrido? Nunva houve. Nunca haverá. A mais incrível formação de um grupo musical em toda a história da música. Um viva ao Clash.