Crumb Peel

Hoje, 30 de agosto, fuçando os feeds da vida, descobri que é o dia em que vieram ao mundo dois caras importantíssimos para a cultura pop e dos quais sou fã: Robert Crumb e John Peel. Do primeiro, grande quadrinhista americano, confesso que não estou entre os fãs mais ardorosos. Mas é impossível desconsiderar a importância de Crumb para a história dos quadrinhos. Uma espécie de precursor dos desenhos toscos e azeda verve política.

Seu livro “Blues”, que eu li na edição brasileira de 2010, foi meio que um pontapé inicial na minha nova mania de caçar documentários sobre música, seja em que mídia for. Neste momento em que estou estou mergulhado no rap, com a série “Get Down” e os quadrinhos de “Ghetto Brothers”, só tenho a agradecer ao senhor Robert.

crumblues

Já o DJ e radialista John Peel, falecido em 2004, talvez seja um dos meus maiores inspiradores na maravilhosa arte de caçar novos sons, de nunca se render ao estabelecido nas famigeradas e vendidas paradas musicais. A marca “Peel Sessions” está sempre associada ao frescor, ao tesão, ao alive and kicking de seus convidados nos estúdios da BBC. Um bom exemplo está aqui. Que se registre no seu aniversário sua imagem e sua música predileta:

peel

Música sempre vida

Engraçado. Uma matéria da MTV que fala que as pessoas deixam de ouvir música nova aos 33 anos. E um incrível documentário que mostra como a música pode transformar a vida de idosos com doenças cerebrais.

Não faço absolutamente parte dessa maioria abordada na interessante matéria encomendada pelo Spotify, que destaco alguns trechos:

Em 1996, a jornalista Ana Maria Bahiana questionava: “Será que mais uma geração caiu nas garras da arteriosclerose do ‘classic rock’, cujo sintoma mais grave é essa mania de ouvir apenas o que já foi ouvido antes, e sempre cobrar de seus artistas favoritos que eles não mudem nunca?

Um ouvinte de 16 anos tem tanto a se beneficiar com uma audição de ‘A Nod Is as Good as a Wink’, dos Faces, quanto um de 55 do disco do Kula Shaker

O choque do novo fará você pensar, fazer conjecturas, ligações (“Isso soa como algo que eu ouvia” ou mesmo “nunca ouvi algo assim, mas é legal”) movimentando seus pensamentos

Como um irreparável caçador de novos sons, um discípulo de John Peel, para quem “a melhor música é aquela que eu ainda não ouvi”, posso recomendar o Ouve Essa, programa da 89 FM, capitaneado por Ricardo Alexandre. Música nova. E boa, lógico, que é o que interessa.

Alive Inside: listen to your heart

Alive Inside: listen to your heart

E sobre o filme Alive Inside, disponível atualmente no Netflix, escolhido da audiência em Sundance, a constatação, pra mim óbvia, do bem que a música faz à nossa mente, associando lembranças, trazendo memórias boas. O projeto consiste em colocar pessoas com problemas como alzhmeier em contato, via fones de ouvido, com músicas que marcaram sua vida de alguma forma. E é emocionante como os velhinhos reagem ao estímulo que aquele som causou no seu cérebro, retornando um sopro de vida, causando efeito que nenhum remédio consegue.

A conclusão é de que nossa mente precisa disso: associar música e curiosidade! O filme encerra com esse belíssimo som, hippie total, mas é de 2012 🙂 do Edward Sharpe and the Magnetic Zeros: I wanna know what we’ve been learning and learning from

Traficantes de bolachas

O Record Store Day começou em 2007 com a ideia de celebrar a música “física”, vinis e CDs, com lançamentos independentes e uma celebração de toda gente envolvida nessa cena. Hoje é um dia aguardadíssimo pelos colecionadores, de vinil principalmente, tendo em vista os lançamentos exclusivos e de tiragem limitada que acontecem por causa da data.

muitos traficantes no Museu da Imagem e do Som em Sampa

muitos traficantes no Museu da Imagem e do Som em Sampa

No sábado 18 de abril, no Museu da Imagem e do Som, em SP, dia mundial do RSD, foi dado um pontapé para uma edição nacional do evento. Muita gente correndo atrás do bom e velho vinil. Muitas caixas de feira lotadas de música boa, lançamento de livro sobre a vida do Kid Vinil, shows de Rômulo Fróes e Bruno Souto, chopp Guiness caro e ruim, food truck, molecada arroz-de-festa, roots da velha guarda, enfim, aquela fauna louca das metrópoles. Eu, na qualidade de expectador reverente que tenho muitas das bolachas vendidas a preço de ouro lá, mas que nem ao menos possuo meu turntable 😦 atualmente, só posso torcer para que hajam mais e mais eventos como esse, afinal, como li numa tatoo por lá, “enquanto houver música, haverá esperança”.

Record Store Day

Record Store Day

Novas Tendências

Outro dia, aí embaixo, homenageei o grande Maurício Ronca-Ronca Valladares. Um cara que me deu um norte na vida. E o incrível é que hoje, dando uma olhada nas novidades do ronquinha, vi o Maurição reverberando a estreia do novo programa do José Roberto Mahr na Cidade FM. Como assim? José Roberto Mahr? Cidade FM? Que teletransporte é esse que me carrega de volta ao início dos 90, mais precisamente ao dia que fui ao estúdio da rádio conhecer o grande DJ e faturar a promoção que tava rolando, camisa e poster do filme dos Doors. Ali na minha frente o grande Zé Roberto que eu já acompanhava há muito na Flu FM, responsável pelo programa que fez minha cabeça por tanto tempo. Precisamente hoje estava lá com o PC ligado para acompanhar a estreia que, claro, não decepcionou: o homem já abriu com Tame Impala, já tocou Temples e Royal Blood, mostrando que a antena continua ligada nas novas tendências. Teve um Quasi pra relembrar os emblemáticos 90’s e nesse momento já tá, assim como fazia no século passado, tocando a sessão “rave-techno-electro-dançante”.

zerodb

Pô véio que viagem boa.

Lutador

“E veio a porra do Cobain e fudeu com tudo”. Como me chamou a atenção essa passagem do ótimo The Wrestler, com o figura Mickey Rourke. Em dado momento ele, Randy The Jam, e Marisa Tomei, no papel de uma decadente stripper, começam a, doidões, cantarolar hits oitentistas total “wasp” (Guns, Def Leppard), aquelas músicas de arena, sexistas e tal, que marcaram a década de 80 na América. E ao citarem que Kurt Cobain “fudeu com tudo”, por causa do baixo-astral de suas letras e ainda, bem sabemos, iniciar uma nova ordem mundial, vejo o quanto a música pode ser marcante na vida gente: para eles a derrocada daquele estilo poser (em contraste total à vida de seus personagens), que sucumbiu ante à melancolia do Nirvana, foi motivo de tristeza e depressão. E eu aqui, pensando naquele show maravilhoso e histórico de Kurt, Dave e Krist no Rock’n’Rio em 93, que me fez mergulhar de cabeça no então underground americano, fascinado que fiquei por aquela barulheira. Minha música preferida até então? Sweet child o’ mine, vai vendo …

Brasil

Raro momento de folga aqui no QG. Mais um filminho. Nacional, claro. Se nada mais der certo. Logo no início, citação de Rosseau: “Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha que se vender a alguém”. O release perfeito para um filme muito bacana. Que termina e aguça minha vontade de ouvir música brasileira: velharias como Gueto e DeFalla, rap sensacional de Flora Matos e Emicida. Tudo dos Monstros de Goiânia (Black Drawing Chalks matou minha tristeza pelo fim do Hellacopters). Desculpe, eu não preciso de enlatados gringos. Não mesmo, obrigado.

Novo

Da Revista Trip, via o sempre ótimo Música Social: Nove novos artistas essenciais da música brasileira.
Nem é o tipo de som que eu aprecio mas eu vibro quando leio coisas assim:
“Esqueça as paradas de sucesso, os prêmios que louvam os medalhões de sempre, os ganhadores de Disco de Ouro e aquele papinho “ah, mas a cena de hoje não tem mais um Chico, um Caetano.”. Conversa. O riquíssimo panorama musical contemporâneo não tem nada a ver com o que rolou nos anos 60. São outros públicos e propostas, outro jeito de a música chegar ao ouvinte, os grupos não são hermeticamente fechados e se abrem para novas combinações – e não há um inimigo comum, fardado e censor, a combater.”
Abra seus ouvidos. Passa lá, tem todos os links. Sacode a poeira.

Sessão da Tarde

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Eu não via muito a Sessão da Tarde. Acho que por ter uma mãe que não gostava muito da ideia e fazia de tudo pra que eu ficasse estudando ou inventava umas tarefas pra ajudá-la em casa (e isso não é uma reclamação), mas é fato que essa sessão de cinema está no imaginário da galera que hoje tem seus 30 e muitos. Como muita coisa na TV a Sessão da Tarde já não é de longe a mesma, e foi bom relembrar essa listinha do Top 20 do Filmes do Chico.

  • O Enigma da Pirâmide
  • Os Fantasmas se Divertem
  • O Maior Espetáculo da Terra
  • O Último Guerreiro das Estrelas
  • Ladyhawke, o Feitiço de Áquila
  • Um Príncipe em Nova York
  • As Aventuras de Robin Hood
  • Uma Aventura na Arábia
  • A Menina e o Porquinho
  • Um Convidado Bem Trapalhão
  • Fúria de Titãs
  • Os Aventureiros do Bairro Proibido
  • Estes Homens Maravilhosos e Suas Fantásticas Máquinas Voadoras
  • Febre de Juventude
  • Jasão e o Velo de Ouro
  • O Clube dos Cinco
  • Os Goonies
  • Errado pra Cachorro
  • As 7 Faces do Dr. Lao
  • Curtindo a Vida Adoidado

Legal. Mas cadê Karate Kid e cadê, principalmente, Stand By Me??

Dance

Para quem não sabe: muita coisa boa rolando na cena. Não gosto dessa coisa baladas, clubes, raves. Não é minha praia. Mas a galera agita, e isso é ótimo. E que tal ganhar uma fitinha cassete com uns sons desse indie dance brazuca? Versão física só pra quem estiver em Sampa em 25 de maio. Mas, claro, tem versão virtual.

Via Popload